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Brasão Familiar

Clã Black da Escócia

Sobre Lady Mirian Black

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          Minha mãe começava a preparar um ritual escolhendo as ervas, velas, fitas, essências, e eu ficava olhando. Extremamente curiosa como as crianças costumam ser, começava a perguntar sobre tudo: para que as ervas, o que elas faziam, por era importante ter ervas num ritual, e o que era um ritual, para que as velas, e claro, eu queria ajudar, queria tocar tudo, mexer em tudo, era muito bom. Assim, compreendi a primeira lição: nenhuma bruxa instrui seus filhos por obrigação nem os obriga a aprender. Se a criança não demonstra interesse, não há por que ensiná-la. Por outro lado, se a criança deseja aprender, ensinar Magia é um imenso prazer, tanto quanto praticá-la, pois tudo na Magia deve ser leve, alegre, sincero, com amor.

          Amava praticar Magia, amava ajudar no preparo e execução dos rituais, e não desgrudava da minha mãe nesses momentos. Enquanto explicava-me o nome e função de cada erva, de cada cor e número de velas, dos incensos, do caldeirão, minha mãe falava o motivo pelo qual iríamos praticar aquele ritual.

          Poderia ser um ritual da Roda Celta do Ano, e nesse caso, deuses e energias daquele período estavam envolvidos. Então, minha mãe separava os itens mágicos e ao mesmo tempo, contava tudo o que sabia sobre a face da Grande Mãe durante aquela estação do ano, quais os poderes que estavam em evidência, quais encantamentos estavam favorecidos naquele período, quais práticas deveriam ser evitadas, pois atrairiam mau agouro, etc.

          Aos vinte e um anos, realizei o “Ritual do Despertar”, tornando-me Sacerdotisa de Magia Celta da Tradição Black, embora sempre preferisse, e ainda prefiro o epíteto “bruxa”. Em 2012, conquistei o grau de Mestre de Ogam na minha Tradição Familiar.

          Em que pese toda a minha paixão e sensibilidade para o lado espiritual e místico, sempre fui pesquisadora nata, e com o tempo, senti a necessidade de adquirir conhecimentos científicos sobre a religião celta antiga ou, como chamamos na minha tradição, Magia Celta, já que, repito, não é uma religião, é a nossa filosofia de vida. Além disso, queria descobrir se os rituais e crenças que praticávamos e mantínhamos tinham, de fato, origem na religião celta antiga. E a resposta é sim, muitas das nossas práticas de Magia Celta da Tradição Black, trazidas da Escócia por minhas tias-bisavós Katherine e Lilian Black eram quase que idênticas a muitos rituais, encantamentos e crenças descritas no estudos científicos históricos e arqueológicos que embasaram meus estudos.  

          Porém, até chegar a essa conclusão, devo dizer que meu caminho não foi fácil. Quando comecei a procurar material de estudo sobre os povos celtas e a religião celta antiga, raros eram os livros no Brasil, e no exterior, embora houvesse um pouco mais, não eram fundamentados em fontes fidedignas de informação – Tradições Familiares de Magia e estudos acadêmicos antropológicos, históricos e arqueológicos dos povos celtas, não passando, de divagações e fantasias de seus autores.

          Em 2004, tomei conhecimento da existência do MAE – Museu de Arqueologia e Etnologia da USP. Na biblioteca, um mundo novo se descortinou e coletei material farto não só no próprio MAE, mas através dele obtendo acesso a bibliotecas de universidades do exterior, aprofundando meus estudos sobre os celtas, cuja pesquisa tornou-se minha primeira obra “Bruxas Celtas”, publicada em 2012.

          Desde então, não parei mais de estudar a religião celta antiga, enfocando as mulheres celtas praticantes e oficiantes desses cultos antigos, sempre aliando minha experiência na prática da Magia Celta pela minha Tradição Familiar à teoria, proporcionando ao público esotérico e geral não só o conhecimento bem embasado sobre a Magia Celta, mas o conhecimento de forma didática para a prática da Magia.

          Nessa trajetória como pesquisadora e escritora, sempre fui extremamente acessível aos leitores, estudantes e praticantes de Magia, e notei que muitos bruxos sentiam  dificuldade para aplicar meus ensinamentos de Magia Celta no dia a dia, por mais didáticos que meus livros fossem.

          Amigos que tornaram-se praticantes de Magia sempre perguntavam como eu havia ensinado Magia para os meus filhos, como eles poderiam ensinar seus filhos, por onde deveriam começar.

          Compreendi, então, que cresci praticando Magia, especialmente a Celta mas não só, fato esse que tornou a Magia algo natural, espontâneo e cotidiano para mim e para os meus.

          Todavia, para aqueles que não tiveram essa experiência de vida, e principalmente, para aqueles que foram criados cerceados pelos limitantes dogmas cristãos (praticamente todos no Brasil, já que o cristianismo infelizmente é a pedra fundamental da nossa sociedade), era-lhes muito difícil incorporarem e aplicarem os conceitos e práticas da Magia em suas vidas.

           Estudar Magia Celta através dos meus livros é imprescindível para a absorção do conhecimento que embasa as práticas da Magia Celta, porém, por mais didáticos e práticos que sejam, é preciso que bruxas e bruxos possam ver como se faz, aprender pelo exemplo como as crianças aprendem: vendo, ouvindo, interagindo e sendo assistidos.Daí surgiu o Instituto de Ensino e Pesquisa Lady Mirian Black.

          A Magia é a bênção libertadora de hoje e a promessa de amanhãs melhores para todos nós e para Gaia, pois sua prática gera amor, respeito, consciência e equilíbrio que se multiplicam e atraem dádivas infinitas. A Magia é a cura que todos e Gaia precisam. Seja curado e seja o curador, essa é a grande Magia: transformar positivamente o mundo ao seu redor, a partir de si mesmo.



A deusa que há em mim saúda a deusa/o deus que há em você!

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